É fato que o mundo está em transição e que a mudança do meio físico para o digital no mundo dos negócios é algo que tende a crescer com o passar das décadas. Dessa forma, teremos cada vez mais um mundo conectado com tecnologias que geram muitas maneiras de facilitar a vida da humanidade, a exemplo de vários tipo de aplicativos que temos em nossos smartphones, não é verdade?
Mas é válido lembrar que esses avanços tecnológicos, ou podemos dizer a transformação digital, podem trazer dor de cabeça. Por isso, hoje resolvemos pontuar alguns dos principais desafios que os líderes de TI enfrentarão em 2020.
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Vamos à lista:
Mudança cultural em um mundo digital
Segundo Geoff Webb, vice-presidente de estratégia da PROS, a transformação digital requer um compromisso contínuo que evolui ao longo do tempo. Além disso, é preciso investir na mudança de mentalidade, e não só depender de novas tecnologias. “Os líderes de negócios precisarão entender que a transformação digital não termina, mas se torna parte de como os desafios são resolvidos”, diz Webb.
“Especificamente, eles precisam entender como as empresas podem impulsionar o nível de alinhamento organizacional necessário para fornecer resultados significativos com rapidez suficiente para impactar os negócios. É fácil lançar novas tecnologias em cima de um problema, mas a mudança profunda que precisa ocorrer exige um nível de suporte cultural e organizacional que pode ser desafiador para ser impulsionado e mantido a longo prazo.”
Gig economy
É importante lembrar que as empresas frequentemente lidam com trabalhadores temporários e outras estratégias flexíveis, mas os executivos de tecnologia veem a ascensão da Gig economy criando diversos desafios, incluindo manter a empresa e dados confidenciais em segurança.
Um relatório do Gartner alerta que o trabalho remoto também exige planejamento para enfrentar desafios: “Uma força de trabalho crescente, tanto no modelo de trabalho em casa quanto no espaço de trabalho, expõe a organização involuntariamente a vulnerabilidades na privacidade de dados e na segurança de informações confidenciais.”
É válido lembrar que a segurança não é a única preocupação na Gig economy. “Encontrar o talento certo é sempre uma das principais preocupações”, diz Christine Telyan, CEO da UENI. “Por um lado, o crescimento da gig economy apresenta uma enorme oportunidade ao ampliar o conjunto de talentos que uma empresa pode acessar. Por outro lado, ter uma equipe – especialmente uma equipe de tecnologia – trabalhando dedicadamente em uma única meta de negócios sem se distrair com outros projetos tem suas vantagens. Encontrar o equilíbrio certo de talentos em tempo integral e parcial para uma empresa será fundamental para o sucesso em 2020.”
Dados confidenciais
Atualmente uma das preocupações com a governança de dados estão em andamento e os requisitos específicos do GDPR e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) precisam ser tratados em vários níveis e por vários departamentos de uma organização.
“Esses regulamentos – assim como outros que podem surgir [em 2020] – têm penalidades severas por não conformidade”, explica o cofundador e CEO da Qubole, Ashish Thusoo.
Gerenciamento de riscos – e expectativas
Matt Mead, CTO da SPR, reconhece as descobertas do Gartner sobre a frequência com que as iniciativas digitais falham, mas essa realidade pode ser difícil de gerenciar entre as demandas pela adoção rápida de novas tecnologias. “Hoje, as empresas e os clientes esperam que as soluções tenham lançamentos rápidos e capazes de se adaptar ao longo do tempo. A TI precisa adotar novas tecnologias, tendências e abordagens para avançar no ritmo esperado. É difícil cumprir o prazo e o orçamento. Os CIOs precisam gerenciar todos os projetos de TI de maneira a mitigar os riscos. Comece certificando-se de que os projetos estejam usando uma abordagem ágil moderna e coloque todas as atividades de alto risco no início do ciclo de vida do projeto. Dessa forma, se um projeto não for bem-sucedido, poderá falhar rapidamente e não em estágios posteriores, relata Mead.”
O Gartner aconselha dividir iniciativas em projetos distintos para reduzir riscos em toda a organização. “A divisão de testes de modelo de negócios em iniciativas discretas evita o potencial de interrupções catastróficas. As organizações de sucesso favorecem investimentos incrementais, o que ajuda a organização a aprender em escala”, de acordo com o relatório.
Enfrentando a lacuna de talentos
A falta de talentos em TI fará com que as organizações busquem soluções através da automação, diz John Ferron, CEO da Resolve Systems. “Essa falta de trabalhadores técnicos qualificados chega em um momento em que a complexidade da TI está aumentando exponencialmente e os volumes de dados estão explodindo – todos impulsionados por iniciativas de transformação digital sustentadas por departamentos de TI com equipes pequenas. Os times de TI devem esperar um foco crescente na automação inteligente e nos AIOps para ajudá-los a produzir mais com menos esforço, automatizando tarefas e processos repetitivos.”
Desenvolvimento de novas habilidades
Para Inampudi, da Envoy Global, o desenvolvimento de novas habilidades é fundamental, mas é desafiador em um ambiente em que a tecnologia está evoluindo em um ritmo cada vez maior. “Criar uma cultura de aprendizado e desenvolvimento é provavelmente um dos tópicos mais importantes para os CIOs todos os anos. Quando todos sentimos que estamos aprendendo e sendo desafiados no trabalho, a retenção melhora”, diz Inampudi. “Minha preocupação sempre será se estamos excedendo as expectativas elevadas dos nossos clientes.”
Problemas com a nuvem
Estratégias de primeira migração para a nuvem podem levar a problemas que obrigam o recuo das empresas. “É um erro não forçado”, argumenta Adrian Moir, líder em tecnologia da Quest Software. “À medida que mais e mais organizações começam a adotar a nuvem híbrida, veremos eventualmente uma tendência de repatriamento da nuvem, que é o que acontece quando as empresas não investem adequadamente na migração para a nuvem. De repente, as organizações estão percebendo que estão gastando significativamente mais do que o previsto.” Para Moir, as empresas devem analisar os dados e as cargas de trabalho que possuem antes de contemplar essa migração, a fim de descobrir os custos e os possíveis impactos envolvidos.
Ameaças à segurança
Em vez de concentrar os esforços de segurança no combate a hackers ou ameaças desconhecidas, Jake Olcott, vice-presidente de classificações de segurança da BitSight, está mais preocupado com sistemas que não abordaram vulnerabilidades já conhecidas.
“As vulnerabilidades de zero day recebem mais atenção da mídia, mas em 2020 os hackers não se incomodarão com esses ataques altamente divulgados”, observa Olcott. “Em vez disso, eles se dedicarão a estratégias simples, como obter acesso a uma rede por meio de um fornecedor, de um terceiro ou por falta de aplicação de patches.”
Olcott também prevê que as violações de dados continuarão causando problemas para as empresas da Fortune 1000, devido a falhas na segurança da organização e de seus parceiros. Para lidar com a questão, o especialista afirma que as empresas devem concentrar seus esforços no monitoramento contínuo de ameaças à segurança.
ROI de novas tecnologias
As empresas que pretendem utilizar tecnologias avançadas, como IA e automação de processos robóticos (RPA), precisarão pesar os benefícios da inovação com os benefícios para os negócios. Segundo Mahi Inampudi, CTO e CPO da Envoy Global, não basta adotar tecnologias apenas por serem tendências, “trata-se de encontrar o business case certo”, afirma Inampudi. “O equilíbrio de recursos para apoiar esse empreendimento e o crescimento dos negócios continua sendo um grande desafio para todos os CIOs e CTOs. Nunca há recursos suficientes para executar todas as boas ideias que os negócios possam ter; portanto, o roteiro sempre precisa priorizar o maior valor agregado e o menor nível de esforço, independentemente de o valor advir de novas tecnologias de ponta ou alavancar capacidades existentes.”
Outro desafio relativo à segurança é o combate ao aumento de ransomwares. Ken Galvin, gerente sênior de produtos da Quest Software, sugere que algumas organizações precisarão criar uma nova função para profissionais de segurança dedicados a combater softwares maliciosos. “Metade da batalha para solucionar um problema de segurança é isolá-lo”, explica Galvin. “Mas, com o pessoal de TI sobrecarregado e estressado, e as idas e vindas necessárias para fazer um plano, aprová-lo e determinar o orçamento para resolver um problema, sempre há atrasos. O nível C está começando a entender agora, mais do que nunca, a importância da proteção contra ataques de ransomware. Deve haver alguém delegado especificamente para trabalhar com equipes para identificar problemas de segurança, determinar como resolvê-los e garantir que as medidas apropriadas sejam aprovadas para proteger os negócios desses ataques cada vez mais sofisticados.”
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